Postagem em destaque

Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Trabalho da Fonoaudiologia na Síndrome de Down


Antes de qualquer consideração a respeito da Síndrome de Down, devemos destacar o quanto é importante a intervenção precoce dos profissionais de saúde às crianças portadoras da Síndrome de Down (SD).

Nos mais diversos estudos, no que se refere ao desenvolvimento intelectual, tem se considerado a deficiência mental como uma das características mais comuns da SD, trazendo como conseqüência um atraso em todas as áreas do desenvolvimento.

A disfunção cognitiva observada nestes pacientes nos mostra prejuízos particularmente evidentes nas áreas de memória seqüencial auditiva e visual, bem como da linguagem e da fala, em particular.

Nos primeiros anos de vida, há um declínio no QI, quando seria o ponto máximo deste acontecimento, tornando-se mais tarde menos evidentes. Este declínio já pode ser observado a partir dos seis meses de idade, quando as demandas cognitivas tornam-se mais complexas. Isto explica a necessidade dos atendimentos e tratamentos precoces.

Com bastante freqüência podemos observar perda auditiva nos indivíduos com SD, além dos problemas lingüísticos e fonológicos. A melhora na função cognitiva pode ser obtida através de procedimentos cirúrgicos ou pelo uso de aparelhos de amplificação, que podem melhorar de forma muito significativa a atenção auditiva e o desenvolvimento da fala e da linguagem como um todo.

O trabalho do Fonoaudiólogo com o paciente com SD é muito vasto e necessário para um desenvolvimento global mais qualitativo. Isto inclui a estimulação precoce a partir dos primeiros meses de vida; a estimulação do desenvolvimento da linguagem e fala; do desenvolvimento cognitivo para melhor aprendizagem futura; do desenvolvimento psicomotor; estimulação da motricidade orofacial devido aos desvios observados. As dimensões de mandíbula, maxila e palato são menores, tendo, porém, a altura do palato normal (comprimento e largura menores). Podemos observar protrusão da língua, fenda palatina, boca entreaberta e uma impressão de que a língua parece ser maior do que o normal, em alguns casos chegando à macroglossia. Isto representa grande dificuldade adicional às funções respiratória, de mastigação, deglutição e também na fala (articulação).

Outra parte importante do trabalho da Fonoaudiologia se faz com relação à apnéia do sono, condição especialmente comum na SD, que ocorre devido tanto a fatores obstrutivos quanto centrais. O que favorece: a hipotonia dos músculos da faringe, a hipotonia da língua, o tamanho reduzido das estruturas da cavidade oral e da faringe combinados com as infecções repetidas das vias aéreas que levam à hipertrofia das amígdalas e adenóides. O palato é estreito e observa-se micrognatia e hipoplasia da região média da face. A eficácia do trabalho Fonoaudiológico se dá com o fortalecimento das musculaturas e conseqüente abertura da passagem do ar na região faríngea.

O Fonoaudiólogo atenderá a criança com SD e também a sua família e para os demais profissionais que lidam com o paciente, os princípios do tratamento devem estar bem claros. Todos devem estar cientes, desde muito cedo, que a criança com SD deseja se comunicar e que apesar de suas dificuldades, certamente irá conseguir.

As possibilidades para o tratamento são inúmeras, deixando bem claro que o plano de tratamento deverá ser embasado numa boa avaliação e no estabelecimento de objetivos, tudo com um objetivo maior: a facilitação da integração social.



Bibliografia

SCHWARTZMAN, José Salomão e col.. Síndrome de Down. São Paulo: Mackenzie, 2003.



Por: Flávia Paiva