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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

sábado, 26 de junho de 2010

Protocolo do índice de desvantagem vocal – IDV

Instruções:

“As afirmações abaixo são usadas por muitas pessoas para descrever suas vozes e o efeito de suas vozes

na vida. Circule a resposta que indica o quanto você compartilha da mesma experiência”.

0 = Nunca

1 = Quase nunca

2 = Às vezes

3 = Quase sempre

4 = Sempre

1. As pessoas têm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz 0 1 2 3 4

2. Fico sem ar quando falo 0 1 2 3 4

3. As pessoas têm dificuldade de me entender em lugares barulhentos 0 1 2 3 4

4. Minha voz varia ao longo do dia 0 1 2 3 4

5. Minha família tem dificuldade em me ouvir quando os chamo de um outro cômodo da casa 0 1 2 3 4

6. Uso menos o telefone do que eu gostaria 0 1 2 3 4

7. Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz 0 1 2 3 4

8. Tenho tendência a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz 0 1 2 3 4

9. As pessoas parecem se irritar com a minha voz 0 1 2 3 4

10. As pessoas perguntam: “O que você tem na voz?” 0 1 2 3 4

11. Falo menos com amigos, vizinhos e parentes por causa da minha voz 0 1 2 3 4

12. As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente 0 1 2 3 4

13. Minha voz parece rouca e seca 0 1 2 3 4

14. Sinto que tenho que fazer força para a minha voz sair 0 1 2 3 4

15. Acho que as pessoas não entendem o meu problema de voz 0 1 2 3 4

16. Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal 0 1 2 3 4

17. Não consigo prever quando minha voz vai sair clara 0 1 2 3 4

18. Tento mudar minha voz para que ela saia diferente 0 1 2 3 4

19. Eu me sinto excluído nas conversas por causa da minha voz 0 1 2 3 4

20. Faço muito esforço para falar 0 1 2 3 4

21. Minha voz é pior no final do dia 0 1 2 3 4

22. Meu problema de voz me causa prejuízos econômicos 0 1 2 3 4

23. Meu problema de voz me chateia 0 1 2 3 4

24. Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz 0 1 2 3 4

25. Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem 0 1 2 3 4

26. Minha voz falha no meio da fala 0 1 2 3 4

27. Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei 0 1 2 3 4

28. Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei 0 1 2 3 4

29. Minha voz me faz sentir incompetente 0 1 2 3 4

30. Tenho vergonha do meu problema de voz 0 1 2 3 4

Protocolo qualidade de vida em voz – QVV

Estamos procurando compreender melhor como um problema de voz pode interferir nas atividades de vida diária. Apresentamos uma lista de possíveis problemas relacionados à voz.

Por favor, responda a todas as questões baseadas em como sua voz tem estado nas duas últimas semanas. Não existem respostas certas ou erradas.

Para responder ao questionário, considere tanto a gravidade do problema, como sua freqüência de aparecimento, avaliando cada item abaixo de acordo o tamanho do problema que você tem.

A escala que você irá utilizar é a seguinte:

1 = não é um problema

2 = é um problema pequeno

3 = é um problema moderado/médio

4 = é um grande problema

5 = é um problema muito grande

POR CAUSA DA MINHA VOZ

O QUANTO ISSO É

UM PROBLEMA?

1. Tenho dificuldades em falar forte (alto) ou ser ouvido em lugares barulhentos 1 2 3 4 5

2. O ar acaba rápido e preciso respirar muitas vezes enquanto eu falo 1 2 3 4 5

3. Às vezes, quando começo a falar não sei como minha voz vai sair 1 2 3 4 5

4. Às vezes, fico ansioso ou frustrado (por causa da minha voz) 1 2 3 4 5

5. Às vezes, fico deprimido (por causa da minha voz) 1 2 3 4 5

6. Tenho dificuldades em falar ao telefone (por causa da minha voz) 1 2 3 4 5

7. Tenho problemas no meu trabalho ou para desenvolver minha profissão (por

causa da minha voz) 1 2 3 4 5

8. Evito sair socialmente (por causa da minha voz) 1 2 3 4 5

9. Tenho que repetir o que falo para ser compreendido 1 2 3 4 5

10.Tenho me tornado menos expansivo (por causa da minha voz) 1 2 3 4 5

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fissura lábio-platina


A fissura lábio-palatina é uma malformação congênita que é causada por uma combinação de diversos fatores: genéticos, pré-natais, ambientais, nutricionais e outros.

Existem as fissuras somente de lábio (o chamado lábio leporino), somente de palato e aquelas de lábio e palato. A correção cirúrgica é feita pelo cirurgião plástico, sendo que a dos lábios é realizada, geralmente, aos três meses quando unilateral, e aos três e seis meses quando bilateral. A correção do palato (céu da boca) é realizada, geralmente, aos 18 meses.

A criança com fissura lábio-palatina pode ser amamentada normalmente no seio ou na mamadeira, tomando-se alguns cuidados, como o posicionamento mais verticalizado da criança para facilitar a deglutição. Além disso, um determinado posicionamento do bico do seio pode favorecer uma sucção mais eficiente. A mãe deve, junto ao bebê, encontrar a melhor posição. Deve-se ir introduzindo a alimentação pastosa e depois a sólida, seguindo as orientações pediátricas usuais.

A linguagem dela desenvolve-se normalmente. Por isso, toda estimulação é de extrema importância. A leitura de livros, as brincadeiras, as músicas são importantes formas de estimular essa criança.

A dicção dela pode se desenvolver com alguma alteração, conforme a configuração da arcada dentária e do palato (céu da boca). Ela pode vir a ter uma fala anasalada.

A partir dos 2 anos a criança pode ser acompanhada pelo fonoaudiólogo, que poderá orientar os pais quanto a exercícios que podem ser feitos em casa para tratar da voz anasalada e da dicção. Conforme o caso, ela pode necessitar de acompanhamento mais intensivo, semanal, para prevenir que a fala não se desenvolva com mais alterações.

Quando a primeira cirurgia do palato não resulta numa voz adequada, pode haver a necessidade de uma revisão cirúrgica, cuja época varia de acordo com o tipo de tratamento adotado pelo cirurgião plástico.

Em quaisquer dessas situações é aconselhável que essa criança seja acompanhada pelo fonoaudiólogo, para que receba as orientações e os tratamentos adequados.




Por Midori Hanayama
Fonoaudióloga

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Importância do Fonoaudiólogo na Adaptação da Prótese Auditiva


A Importância do Fonoaudiólogo na Adaptação da Prótese Auditiva

O objetivo deste artigo é salientar e ressaltar a importância do papel do fonoaudiólogo na adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) nas pessoas portadoras de perda auditiva.

Introdução:

O papel da audição na comunicação humana é de extrema importância para o desenvolvimento social.

Para o deficiente auditivo candidato ao uso da amplificação, a adaptação da prótese auditiva tem um papel fundamental no seu processo de habilitação e/ou reabilitação.

Ao surgir, os problemas auditivos podem vir a ser corrigidos por meios de tratamentos clínicos e intervenções cirúrgicas, porém existem perdas auditivas para as quais nenhum tratamento é possível.

Para estes casos, as próteses auditivas são instrumentos importantes.

Todo indivíduo portador de problema auditivo deverá fazer inicialmente uma avaliação otorrinolaringológica. Doenças otológicas progressivas, doenças sistêmicas com repercussões sobre o aparelho auditivo, necessitam ser descartadas ou tratadas convenientemente. Diante do diagnóstico do otorrinolaringologista, o fonoaudiólogo é o profissional que assume a coordenação do processo de habilitação ou reabilitação do deficiente auditivo.

A adaptação em crianças:

O diagnóstico precoce possibilita a intervenção dos profissionais envolvidos no processo de habilitação da criança, antes que este sujeito se encontre seriamente marcado pelas conseqüências da deficiência auditiva. Sabe-se que a deficiência auditiva acarreta na criança não apenas alterações no desenvolvimento da linguagem, mas também nos aspectos cognitivo, social, emocional e educacional, sendo estas implicações secundárias que serão minimizadas com o uso precoce da amplificação. Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado e a prótese adaptada, melhores serão as possibilidades de aproveitamento dos resíduos auditivos desta criança.

A adaptação da prótese auditiva é uma das condições fundamentais para que a criança deficiente auditiva desenvolva todo o seu potencial, o que ocorrerá apenas quando ela utilizar plenamente o instrumento, isto é, em todas as horas do dia. Este processo dependerá da participação da família, sendo que o sucesso na utilização do aparelho pela criança estará diretamente relacionado à atitude e à educação dos pais.Muitos fatores estão relacionados à rejeição da prótese, e um dos principais é a não aceitação por parte da própria família.

A adaptação em adultos:

Já o processo de reabilitação no adulto, é um resgate, onde a audição com a prótese se transforma numa redescoberta do sentido, tão importante nas relações humanas, no seu contato com o mundo. O objetivo principal do trabalho de orientação e aconselhamento de indivíduos adultos, deve ser a resolução das dificuldades específicas ligadas direta ou indiretamente à perda auditiva.O paciente deve estar envolvido ativamente no processo de reabilitação para que seja possível o estabelecimento de condições facilitadoras para a mudança de atitudes e a busca de soluções.Chama-se de solução não apenas o uso efetivo da prótese e de estratégias que facilitem o desempenho do indivíduo na comunicação, como também a aceitação e melhor convivência com uma nova forma de vida.

Com a perda da audição surgem também sentimentos de insegurança, medo e até incapacidade.

A dúvida quanto à possível progressão da perda é algo que pode deixar o indivíduo inquieto. As dificuldades de comunicação fazem com que duvide de suas capacidades e habilidades, tanto profissionalmente quanto pessoalmente, levando à mudança na qualidade de vida, depressão e isolamento.

O paciente adulto deve entender o que é uma prótese auditiva, como funciona e ser capaz de manipular todos os controles externos e obter o máximo aproveitamento possível em cada situação e ambiente acústico.

Na seleção e adaptação de próteses, questões relevantes são colocadas:

1-Qual o tipo de prótese a ser utilizada?

2-Qual o tipo de adaptação: monoaural? Binaural?

3-Qual o tipo: analógico?Programável? Digital?

4-Qual o tipo de amplificação: linear ou não linear?

5-Quais as características eletroacústicas mais apropriadas? Ganho máximo, saída máxima?

O sucesso depende destas decisões e da adaptação, que deve ser bem sucedida, pois se não for, a prótese não será utilizada, sendo inclusive rejeitada, e o deficiente auditivo continuará com as dificuldades da sua deficiência.

A Utilização da Prótese Auditiva

A utilização depende não só da seleção do modelo adequado e de moldes perfeitamente ajustados, como principalmente do processo de adaptação do indivíduo à amplificação. Este processo auxilia a pessoa a aceitar e incorporar a prótese auditiva no seu dia a dia, beneficiando-se ao máximo da sua utilização.

Importantes quanto à seleção das características eletroacústicas, modelo e regulagem adequada, são as orientações, acompanhamento e aconselhamento ao usuário.

Estas orientações e aconselhamentos, o fornecimento de informações, explicações e suporte para orientar as opções, comportamentos e atitudes dos deficientes auditivos e às suas famílias, destinam-se a capacitar o indivíduo a encontrar as soluções para as suas dificuldades. Interferem e influenciam desde a aceitação da perda auditiva, até o seguimento das orientações na reabilitação.

O Papel do Fonoaudiólogo

A confiança, a integração e a credibilidade do paciente e da família ao profissional fonoaudiólogo são de suma importância para a evolução do processo de adaptação.

A empatia, o calor humano, compreensão e respeito, proporcionam a confiança para o paciente aceitar, assimilar e agir conforme as informações recebidas.

A essência do processo se dá quando o paciente se envolve em seu tratamento.

Aconselhamentos:

1-Informação geral sobre a perda auditiva e sobre a prótese auditiva. É fundamental que o usuário entenda a forma de operação da prótese auditiva, conheça seus componentes, localização e função de cada controle, a fim de utilizá-la como um instrumento efetivo no aproveitamento de seus resíduos auditivos, desmistificando a imagem de equipamento de difícil adaptação e manipulação.

2- Na medida em que se sabe que a prótese auditiva "não devolve a audição normal" e que, mesmo usando a prótese, algumas dificuldades ainda irão persistir, é importante incluir nas orientações, explicações sobre a utilização de pistas adicionais e estratégias de comunicação. O objetivo é conseguir melhor aproveitamento e desempenho possíveis, para facilitar a comunicação e melhorar a qualidade de vida do deficiente auditivo. A afetividade, emoções, sentimentos e atitudes envolvidos, devem ser considerados.

Histórico:

Num passado bem próximo, após a indicação da prótese pelo médico otorrinolaringologista ou médico da família, o paciente adquiria o aparelho diretamente nas empresas, através de um vendedor. O trabalho de seleção/orientação e uso efetivo era inexistente. Não havia continuidade do serviço, e a prótese não era vista como parte integrante na habilitação e/ou reabilitação do deficiente auditivo.

A situação foi mudando à medida que os fonoaudiólogos envolveram-se neste trabalho.

Hoje para o aproveitamento efetivo da amplificação, é indiscutível a importância da participação do fonoaudiólogo, que proporciona uma utilização adequada e bem sucedida do aparelho.

NORTHERN e DOWNS (1991) ressaltam que o papel do fonoaudiólogo é aconselhar o próprio paciente, pais e familiares sobre os aspectos da perda auditiva, da deficiência, da prótese e de seu uso, dando suporte emocional, acompanhando o progresso do paciente, garantindo o benefício do uso da prótese em condições de funcionamento possíveis, organizando a terapia e treinamento especial.

Também ERDMAN (1993) afirma que devido à compreensão da deficiência auditiva e dos problemas dela originados, os fonoaudiólogos são os profissionais mais habilitados para aconselhar os deficientes auditivos e seus familiares.

A (ASHA,1984) American Speech Language Hering Association, destaca o aconselhamento como requisito mínimo para aqueles que oferecem serviços de reabilitação auditiva. O profissional fonoaudiólogo deve estar preparado para aconselhar o indivíduo a respeito das dificuldades geradas direta ou indiretamente pela perda auditiva, auxiliando-o a encontrar solução para os problemas.

Assim sendo, o paciente e a família podem encarar a perda auditiva de forma diferente, pois as dificuldades variam segundo o grau da perda, a personalidade e as condições ambientais.

Conclusão:

Não existem reações semelhantes ou uniformes, cada caso é avaliado e acompanhado em particular, recebendo o suporte e informações apropriadas.

Diante da velocidade dos avanços tecnológicos, a atualização dos profissionais da área de seleção e adaptação de prótese auditiva deve ser uma constante, pois o aprimoramento proporciona maior aceitação, envolvimento e melhores condições no atendimento, beneficiando o tratamento do nosso paciente.

Por Danuza Prates Veloso Souto

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Atenção pais: voz rouca não é charme


Conhecido por disfonia, o distúrbio que provoca rouquidão deve ser tratado o mais cedo possível. Assim, a criança poupa as suas cordas vocais e cresce sem dificuldades de fala

O bebê chora rouquinho, emitindo sons mais graves do que agudos, e a família acha uma graça. Então, ele cresce e continua apresentando uma certa rouquidão ao tentar dizer as primeiras palavras. Uma marca, um charme... Nada disso. A voz rouca é o primeiro sinal de um distúrbio conhecido como disfonia - que requer tratamento especializado o quanto antes. Com o passar do tempo, de acordo com a fonoaudióloga Renata Rangel Azevedo, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a criança pode apresentar falhas na voz durante a pronúncia de frases, além de criar o hábito de falar sempre alto para ser escutada.

O principal alvo desse problema é a garotada com idade entre cinco e 10 anos. Nesta faixa etária, os pequenos ampliam o círculo de relacionamento e começam a usar a voz com mais fre qüên cia em casa, na escola, no clu be e na roda de amigos. Apesar de afetar ambos os sexos, a incidência de rouquidão na infância é maior entre eles, em uma proporção de três meninos para cada menina. Uma possível explicação para essa diferença, embora sem comprovação científica, seria a exigência social de um comportamento mais agressivo por parte dos garotos - em brincadeiras de luta e durante as partidas de futebol, por exemplo. "Menino grita mais do que menina, e essa má utilização da voz aumenta as chances desse grupo desenvolver a disfonia", explica Luciano Rodrigues Neves, otorrinolaringologista e mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Esse desvio vocal é mais comum do que se imagina, embora estudos epidemiológicos realizados em escolas indiquem uma incidência entre 6% e 23,4%. Para a fonoaudióloga Gisele Gasparini, de São Paulo, os pais e educadores dão pouca importância às alterações vocais na infância e a disfonia passa despercebida. "Os adultos chegam a valorizar a rouquidão, pois acham bonito, e não percebem que o filho, na verdade, convive com um distúrbio", acredita Gisele.

Geralmente, o alerta de que algo está errado com a criança vem dos pro fessores que identificam dificuldades na realização de certas tarefas, como ler em voz alta ou ao apresentar trabalhos escolares. Só então os pais se convencem de que precisam levar o filho a um especialista, neste caso ao otorrinolaringologista.
Pistas que levam ádisfonia

Fique alerta se o seu filho apresenta...
...Rouquidão freqüente ou permanente
...Queixas de ardor ou coceira na garganta
...Voz fraca no final das frases
...Frases entrecortadas (falhas na voz durante a pronúncia)
...Tosse seca depois de falar muito
...Esforço para falar (as veias do pescoço ficam aparentes)

O que há por trás dessa rouquidão

Quando a criança é encaminhada ao médico com suspeita de disfonia, ela é submetida a exames específicos da laringe para que a causa do problema seja descoberta. "Só depois é que o especialista poderá indicar o tratamento mais adequado", explica a fonoaudióloga Renata Rangel.

Há vários fatores que podem levar a esse distúrbio vocal: pólipos, cistos, alterações estruturais (a criança nasce com uma espécie de defeitinho nas cordas vocais) e, em casos bem mais raros, tumores. Porém, a ra zão mais comum para a disfonia (i dentificada em 50% dos casos) é a presença de nódulos ocasionados pelo esforço exagerado das pregas vocais. Para respirarmos, os músculos dessas pregas ficam separados, per mitindo que o ar flua do nariz para os pulmões. Quando falamos, esses mús culos se encostam para vibrarem e produzirem o som. Se essa junção e vibração forem muito intensas (quem fala alto demais, por exemplo), ocorre irritação constante que, com o tempo, ocasiona uma espécie de calo na região.

Não é à toa que para tratar a disfonia o mais indicado é a terapia fonoaudiológica. Durante as seções semanais são aplicados exercícios para melhorar o padrão de voz. "Para as crianças, apresentamos este trabalho de forma lúdica", explica a especialista Gisele Gasparini. A professora Renata Rangel, da Unifesp, completa: "com três a quatro meses de tratamento, já é possível perceber melhoras no padrão vocal da garotada".

Às vezes, no entanto, quando a causa do problema diz respeito a pólipos, tumores ou até as imperfeições fisiológicas, o médico precisa intervir e eliminar a lesão cirurgicamente. O procedimento é simples, mas exige in ternação e anestesia. "É bom que fique claro que não adianta removermos a lesão e a criança continuar com um comportamento vocal inadequado. Por isso, acreditamos que a terapia fonoaudiológica é sempre indispensável", ressalta o otorrinolaringologista Luciano Rodrigues Neves.

Adolescentes também sofrem

A infância não é o único momento em que a disfonia pode se instalar. Até mais ou menos os 10 ou 11 anos a diferença de voz entre meninos e meninas é muito pequena. Quando o garoto entra na puberdade, tudo muda. Com o bombardeio dos hormônios sexuais e as alterações fisiológicas decorrentes da idade, começa a fase da chamada transformação da voz. É aquela desafinação geral que costuma deixar o adolescente meio sem jeito. Ao tentar disfarçar, ele, então, provoca um engrossamento forçado da voz. Já a mudança nas meninas é menos perceptível. De qualquer forma, segundo os especialistas, essa é mais uma fase em que os pais devem estar atentos à voz do jovem, pois a mudança ocasionada pela puberdade precisa ocorrer de forma natural. Rouquidão, desafinações exageradas e timbres ruins podem ser corrigidos com exercícios fonoaudiológicos que respondem tão bem quanto o tratamento empregado na infância.

Por Patricia Boccia