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sábado, 23 de outubro de 2010

Implante Coclear


O implante coclear é um aparelho que oferece informação sonora a indivíduos com perda auditiva profunda dos dois lados que poderá ajudar na sua comunicação.  O implante exerce sua função através da estimulação elétrica direta das fibras do nervo auditivo por eletrodos em pacientes onde o ouvido interno está danificado.   
Para saber se o indivíduo se beneficiará ou não de um implante é necessária a avaliação por vários profissionais. A equipe de implante coclear da UNICAMP é composta por: otorrinolaringologistas, fonoaudiólogas, enfermeiro, psicóloga e assistente social. Contamos também com outros profissionais (radiologista, neurologista, clínicos, pediatra e geneticista) para qualquer outra avaliação que for necessária.
Nos Estados Unidos da América os primeiros implantes cocleares foram realizados na década de 70, com a primeira aprovação do governo pela Food and Drug Administration (FDA) em 1984.  Outros programas surgiram na França, Austrália, Áustria, Inglaterra e Suíça. Atualmente, existem mais de 70.000 pacientes usando implantes cocleares em todo o mundo. Lembre-se que nessa primeira visita ao nosso serviço você está iniciando a avaliação para sabermos a melhor conduta para o seu problema auditivo. Só depois da avaliação de toda a equipe saberemos se você será candidato ou não ao implante coclear. 
 Implante Coclear: O Aparelho
 O implante tem dois componentes, um interno, composto por um grupo de eletrodos e um aparelho receptor e um externo composto de um microfone, processador de fala, um codificador e um transmissor. 
A comunicação entre os componentes externo e interno é realizada através de ondas de rádio FM transmitidos pela pele intacta (pericutâneo).  Neste último existe um imã no componente interno para fixar o componente externo acima dele. 
O funcionamento do implante coclear em muito assemelha ao de um aparelho auditivo. 
 Como o Aparelho produz a sensação auditiva passo a passo.
 As causas de surdez que podem levar à indicação do implante coclear são as mais variadas, porém as que mais freqüentes são as perdas por doenças infecciosas, como as infecções virais e a meningite; as congênitas; as por drogas ototóxicas; a otosclerose e o trauma crânio encefálico severo. 
 Critério de Seleção
 Os critérios para a seleção de pacientes adultos são indivíduos com idade acima de 17 anos com perda auditiva neurossensorial severa a profunda bilateral, surdez pós-lingual (linguagem oral adquirida anteriormente à perda auditiva), com benefício limitado das próteses auditivas, psicologicamente aceitáveis e sem contra-indicações médicas. 
A seleção de crianças é definida por pacientes maiores de um ano de idade até 4 anos de idade com perda auditiva profunda bilateral, pré e pós linguais, com uma expectativa razoável da família e sem benefício de próteses auditivas.
No nosso serviço, de cada 10 pacientes que chegam apenas 1 ou 2 são de fato candidatos a realizarem a cirurgia do implante coclear.  Os outros pacientes terão melhores resultados com outros métodos de reabilitação.
A equipe multi-profissional avalia todos estes aspectos citados para selecionar  candidatos que possam ter um bom aproveitamento do Implante , visto que envolve cirurgia, equipamento de alta tecnologia , e necessidade de manutenção.
 Cirurgia de Implante Coclear
 A técnica cirúrgica mais utilizada é a da mastoidectomia com uma timpanotomia posterior.  O eletrodo ou grupo de eletrodos é introduzido na cóclea através da janela redonda.
O paciente retorna para os cuidados pós-operatórios comuns às outras cirurgias de ouvido. Após quatro a seis semanas, o paciente retorna para colocação do componente externo e ativação do implante .
 Resultados dos Implantes Cocleares
Em geral, estudos de resultados em crianças mostram que os pacientes implantados apresentam verbalizações mais freqüentes melhores qualidade e tom de voz, a fala mais rítmica e melhor habilidade de produzir fonemas.  As crianças apresentam, ainda, melhor atenção e concentração, mais interesse em falar, fazem menos barulho em casa e conseguem identificar os sons ambientais.  Os melhores resultados na criança ocorrem quanto menor for o tempo de surdez, com poucos eletrodos inativos, e estimulação fonoaudiológica adequada. Nos adultos pós-linguais o beneficio é bem variável podendo no mínimo ajudar na Leitura Orofacial até nos melhores casos falar ao telefone.

 Contribuição de: Dr. Paulo Porto, Fga. Silvia Badur Curi, Fga. Luciane Calonga